sábado, 5 de fevereiro de 2011

A idade em que somos donos do mundo


Estive em uma festa de aniversário de 18 anos. Como acontece na maioria dessas festas, havia a turma dos pais e tios da galera, as crianças (irmãos mais novos e primos da galera) e a galera (aniversariante e amigos).
Estava observando a galera e tentando achar algum termo que descrevesse a forma com que eles se comportavam. Achei: Exageradamente intensos!
Tudo é muito intenso.
Bebem intensamente.
Enquanto os mais velhos conversavam e tomavam um chopinho e uma caipirinha com certa moderação, mesmo que alguns não tão moderados mas já com certa experiência em assuntos etílicos, a galera depois de um tempinho já passava com garrafas de vodka e outros destilados bem parrudos bebendo grandes goles.
Como falta a eles o “traquejo” na bebedeira, logo já se podia ver alguns abraçadinhos ao vaso sanitário.
Flertam intensamente.
Parece que todos os movimentos, olhares e palavras têm um único objetivo: a conquista.
Cada um usando da melhor forma as armas que tem. Alguns a beleza física, outros os músculos ou as curvas, alguns a simpatia, a eloqüência, a criatividade, o despojamento, a ginga, a excentricidade, a popularidade.
Mas sempre com o objetivo de “pegar” alguém.
Sentem intensamente.
Os apaixonados são dramáticos bem ao estilo Romeu e Julieta.
Os mais divertidos, quando riem, riem as gargalhadas, mesmo quando a piada não foi tão boa assim.
Os idealistas não admitem ninguém que não compartilhe seus ideais, sejam eles quais forem, discutem e ficam indignados.
A turma do “não estou nem aí” não está nem aí mesmo! Com nada!
Os “da última moda” estão impecavelmente na moda, dentro das ultímas tendências mesmo que esteja na cara que aquela tendência é tão esdrúxula que não vai durar mais do que alguns meses.
E por aí vai...
Então pensei na época em que eu e meus amigos tínhamos essa idade.
Fazíamos exatamente a mesma coisa! E era ótimo!
Imaginem toda essa intensidade das primeiras experiências somada à percepção de que a aquilo tudo irá durar para sempre somada, no caso desse grupo específico, a uma ausência de experiências culturais e socioeconômicas negativas. O resultado dessa conta é a maravilhosa sensação de sermos donos absolutos do nosso nariz e do mundo!
É uma sensação fascinante!
Não que depois a vida não continue sendo boa e cheia de emoções, conquistas, tristezas, amores, lutas e surpresas. Sim! Não se preocupem, tudo isso continua e é ótimo também. Mas não com a intensidade das primeiras experiências.
Portanto... galera aproveitem muito! Logo o mundo passa a ter outros donos e vocês passam a ser só habitantes do mundo.
Espero que habitantes felizes, realizados, satisfeitos e prontos para passarem a posse do mundo para as mãos dos próximos donos.

5 comentários:

  1. Arrasou, Fê..
    Tou adorando ler seus textos...
    Beijos e até o próximo!

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  2. Muito bom! Logo logo, teremos uns "donos" aqui tb.
    Bjks
    Eu

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Percebi pela nostalgia do autor um momento de saudade de um tempo que não volta mais!

    Obs. Eu provavelmente estaria conversando com as pessoas sóbrias. kkkk

    Abraços Fê! Muito Legal o Blog Parabéns!
    WILL

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  5. Li e me lembrei de um episódio recente (será o mesmo da descrição?) e de um não tão recente assim (velha, eu?)... Mas analisando friamente, como se estivesse de fora das duas situações, diria que, apesar de separadas por vários (11) anos, são exatamente as mesmas!!! Mesmas sensações, mesma intensidade, mesma bebedeira... O que vale é que não há arrependimento nos atos, e que se pudessemos, faríamos tudo outra vez, da mesma forma, com a mesma intensidade, com a mesma emoção.

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