segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pensar para aprender


Para que a aprendizagem aconteça é importante que o aprendiz pense.
Quando fala-se em ensino, naturalmente a figura dos pais e professores vem à tona.
De fato, pais e professores convivem com as relações de ensino e aprendizagem diariamente e várias vezes por dia. No entanto, as situações em que alguém ensina e alguém aprende estão presentes no cotidiano de todos nós nos mais variados níveis de formalidade.
Por mais que a afirmação “para que a aprendizagem aconteça é importante que o aprendiz pense” pareça óbvia, nem sempre quem está na posição de ensinante permite que o outro pense.
Permitir que o outro pense pressupõe dar tempo para a assimilação do novo conhecimento. Muitas vezes quem está ensinando tem pressa.
Permitir que o outro pense supõe que se abra espaço a dúvidas e perguntas sem que o aprendiz se sinta tolo. Com efeito, perguntar é uma manifestação de inteligência.
Permitir que o outro pense presume aceitar que outro levante hipóteses e em seguida confirmar ou não essas hipóteses.
Permitir que o outro pense implica em aceitar o erro e reorientar.
O que se observa é que nem sempre esses pressupostos acontecem.
Quando alguém ensina algo é importante convidar quem está aprendendo a pensar junto e não criar um mero receptor e repetidor de informações.
Mesmo a escola, que é a instituição formal de ensino, muitas vezes incentiva e exalta o aluno repetidor e desvaloriza e reprova o aluno criativo, explorador e autor.
O ensinar e aprender genuínos exigem muito mais esforço por parte de que ensina e de quem aprende. Para ensinar de fato o ensinante deve pensar, elaborar, respeitar, resgatar e retomar. Para aprender de fato o aprendiz deve ouvir, questionar, comparar, deduzir, concluir, testar e retomar. É indiscutível que ouvir e repetir é mais fácil.
Portanto, a próxima vez que você estiver ensinando ou aprendendo... pense nisso.

Para saber mais leia: “Os idiomas do aprendente” de Alicia Fernandez.

2 comentários:

  1. Assunto interessante. Creio que além da pressão muitas vezes criada por parte do ensinante, existe também a pressão e o acanhamento presente em muitos aprendentes. Daí a necessidade de trabalhar-se de forma efetiva questões como filtro afetivo. Mas aí vem a pergunta: Criar um ambiente de igualdade na sala de aula e em outras situações de aprendizado (principalmente dentro de casa) é papel daquele que ensina, daquele que aprende, ou é um papel a ser compartilhado por esses?
    Muito bacana, Fê. Keep up the good work!

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  2. Oi Fernando
    Muito legal o blog e o post...
    Ensinar é realmente muito complicado pois se subestimamos demais o aprendente corremos o risco de super proteger e evitar que ele "ande com as próprias pernas". E o contrário também é perigoso: quando acreditamos que o aprendente será capaz de assimilar a matéria de forma rápida e sem maiores problemas podemos pular etapas importantes do processo.
    É por isso que cada dia em sala de aula é um dia de recomeço para aprendermos e ensinarmos.
    Grande abraço!

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